sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Adeus, mestre Verequete

Faleceu no dia 03/11/2009, aos 93 anos, mestre Verequete (do disco 'o legítimo carimbó', uma das primeiras postagens deste blog), ícone da cultura regional paraense. Aos mesmo tempo que foi bastante conhecido em seu estilo (foi até homenageado pelo presidente Lula como Comendador da Ordem do Mérito Cultural), no fim de sua vida conviveu diariamente com a pobreza. Por muitos anos Verequete sobreviveu vendendo churrasquinho numa barraca em frente à vila onde morava, na periferia de Belém. Quando perguntado sobre os vários projetos já realizados no Pará em sua homenagem, ele desabafou: “‘Faço tudo por todos que vêm aqui, conto o que tenho que contar, mas depois não vejo nada. Nem uma foto bonita na parede eu tenho”. Essa prática de jornalistas e pesquisadores, de sugar o que podem dos mestres e depois não darem retorno algum, infelizmente é muito comum em nosso país.

O objetivo principal de mestre Verequete era defender um carimbó "original", feito de "pau-e-corda", numa reação transparente a artistas que incorporavam instrumentação eletrônica nas suas apresentações e gravações.

Iteressante o depoimento de como Augusto Gomes Rodrigues veio a ser chamado de Verequete:
“Eu gostava de uma moça; então ela me convidou para ir ao batuque que eu nunca tinha visto. Umas certas horas da madrugada o Pai de Santo cantou ‘Chama Verequete’. Eu era capataz da base aérea de Belém, na época da construção, cheguei na hora do almoço e contei a história do batuque... Quando acabei de contar, me chamaram de Verequete”.

Fica aí nossa homenagem a mais um Grande Mestre da Cultura Popular que fez sua passagem.
Re-posto aqui o Lp de Verequete e seu conjunto Uirapuru, O legitimo carimbó, de 1974.
Destaque para a música 6 - xote paraense.



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